Com dois corais, somando 100 vozes, e solistas de renome, vai ser dada a largada para o II Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. O concerto, aberto ao público, será no domingo (30), às 18h, na Praça do Povo do Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Serão sete dias de 22 concertos e recitais e 16 masterclasses com mestres; tudo gratuito, numa realização da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O maestro e diretor artístico do festival, Laércio Sinhorelli Diniz, regerá a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, que apresenta, junto do Coro Em Canto e do Coral Vozes da Infância, um dos grandes hits da música clássica: a ópera Carmina Burana, do compositor alemão Carl Orff.
A nova orquestra (antiga Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa) estreou a atual formação há um ano, sob a batuta de Diniz, que abriu a primeira edição do festival. Laércio Diniz começou regendo a Orquestra de Câmara Bachiana, em um concerto no Carnegie Hall, em Nova York, em 2008. Um ano depois, voltava a Big Apple regendo o pianista David Brubeck no Lincoln Center.
Maestro e diretor artístico da Orquestra Filarmônica do Brasil (Fibra) e da orquestra de época Engenho Barroco, em 2012, gravou com a Sinfônica da Lituânia o CD “Saudades do Brasil”, com obras, entre outras, de Villa-Lobos e Darius Milhaud. Em 2013, assumiu a regência e direção artística da recém-criada Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e do Festival Internacional de Musica Clássica de João Pessoa. Em 2014, gravou com a Filarmônica do Noroeste Alemão e a pianista Anna Fedorova o concerto de Rachmaninoff Nº 2 pelo selo europeu Piano Classics.
Sobre o programa - O nome Carmina Burana significa em latim “Canções do mosteiro Benediktbeuern”. Em 1935, Orff fez uma seleção dentre os mais de 300 textos escritos na Idade Média encontrados num mosteiro da Baviera, escolhendo 22 poemas que remontam ao século XIII e costurando um tipo de enredo, transformando-o em uma cantata cênica. Embora não apresente uma trama muito precisa, é emoldurada por um símbolo da Antiguidade, a roda da fortuna, que eternamente girando traz boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta à constante mudança.
Muitas destas poesias foram também musicadas na época, mas como a escrita musical era precária, o que realmente restou foi uma linha melódica de canto. Carl Orff a utiliza, compondo todo o restante da peça com um “jeito medieval”.
A composição de Orff rapidamente se tornou popular, e o movimento de abertura e de fecho tem sido utilizados em filmes e eventos, se tornando a peça clássica mais ouvida desde que foi gravada.
Coro Em Canto - Vinculado ao Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande, o Coro Em Canto atua como um coro-escola. A cada ano, seleciona novos cantores pela comunidade acadêmica, que inclui não só alunos e professores, mas também funcionários, profissionais liberais e outros que se relacionam com a unidade.
Desde 1995, é dirigido por Lemuel Guerra. São 65 cantores que alternam programas clássicos, como o “Réquiem” de Mozart; a “Nona” de Beethoven; “Glória” de Vivaldi; “A Missa de Coroação” de Mozart e a “Missa a Buenos Aires” de Martin Palmieri.
“A atividade do cantar em coro parte da premissa de que todos podem cantar e que os ensaios devem contribuir também para a sensibilidade e expressão artística, reforçando ainda o caráter de grupo”, defende Guerra.
Os solistas - Wladimyr Carvalho tem em “Carmina Burana” uma de suas especialidades. Já a encenou como solista numerosas vezes, inclusive para TV. O baixo barítono é coralista e solista junto aos Corais de Câmera e Lírico Sinfônico da Orquestra Sinfônica e da Sinfonietta de Ribeirão Preto. É nessa cidade paulista que desenvolve carreira. Foi solista da Nona Sinfonia de Beethoven, “Oratório de Natal”, “Magnificat”, “Cantata 142”, “Cantata 56”, “Cantata 82”, “Cantata 147”, “Paixão Segundo São João” e “Paixão Segundo São Mateus”, de Bach, “O Messias”, de Haendel, “Missa de Réquiem”, de Mozart, “Missa em Sol Maior”, de Schubert, “Missa Brevis em Dó Maior”, de Gounod, “Stabat Mater”, de Dvorak, e “Missa de Glória”, de Puccini, sendo esta a sua primeira execução no Brasil.
Gabriella Pace, soprano, sagrou-se vencedora do Prêmio Carlos Gomes pela participação na ópera “A Menina das Nuvens”. Fez Tytania em “Sonho de uma Noite de Verão” (Britten), Ilia em “Idomeneo”, Eurídice em “Orfeu e Eurídice”, Giulietta em “I Capuleti e I Montecchi”, Pamina em “A Flauta Mágica” e Adina em “O Elixir do Amor”. Tem discos gravados com o Quarteto Raga, com a Osesp e com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
O contratenor Paulo Mestre já se apresentou na França, Alemanha, Portugal, Israel, Costa Rica, Uruguai, Argentina, Canadá e EUA. Participou de gravações com a Camerata Antiqua de Curitiba, com o grupo Calíope do Rio de Janeiro, com o Festival de Juiz de Fora, com Roberto de Regina e, recentemente, com o Coral e Percussão da Osesp. Cantou como protagonista o “Orfeu” de Gluck em Mendoza, fez Ptolomeu na Ópera ”Júlio César”, de Haendel, e “O pescador e sua alma” de Marcos Lucas.
Destaque da música barroca, grupo Camena se apresenta na Igreja Baptista na segunda (1)
O Grupo Camena de música barroca, que fez em 2013 um dos recitais mais disputados, está de volta. O septeto se apresenta na segunda (1), às 16h, na 1ª Igreja Baptista do Centro pelo II Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. A entrada é gratuita e o local tem capacidade para 600 pessoas. O festival é uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com patrocínio do BNDES.
O programa mescla a música barroca – sua especialidade - com compositores contemporâneos. Ao núcleo tradicional: canto, violino e baixo contínuo, formado por cravo, chitarrone, cello ou guitarra barroca – adendou-se uma percussão, um mandolino e, mais recentemente, uma sanfona, criando uma rica formação que possibilita a execução de outras composições. Vivaldi, Scarlatti e Bononcini ganham, assim, a companhia de Fito Paez, Chico Buarque e Luiz Gonzaga.
A direção é de Ibaney Chassin, fundador do grupo, ao lado de Helosia Muller. Chassin formou-se há 30 anos em Música pela Universidade Federal da Paraíba, onde hoje é professor. Ele prosseguiu os estudos com o mestrado em Filosofia (UFMG) e doutorado em História (USP). Sua atividade de pesquisa se desenvolve na inter-relação desses campos.
Heloísa Muller é professora da UFPB desde 1990, onde leciona as disciplinas História da Música e Prática de Conjuntos. Graduou-se em piano pela UFMG, é mestre em Ciências Sociais pela UFPB e doutora em Musicologia pela USP. Estudou cravo na Unicamp e foi professora da Escola de Música de Brasília.
Atuam no Camena Thiago Wesley (canto), Priscila Ewald (violino), Gustavo Seabra (mandolino), Hélio Medeiros (sanfona), João Victor Figueiredo (percussão), Heloísa Muller (cravo) e Ibaney Chasin (chitarrone, guitarra barroca).

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