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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Convidado de honra, maestro Isaac Karabtchevksy encerra II Festival Internacional de Música Clássica

A abertura da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, executada pela Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP), será regida por ninguém menos que o maestro Isaac Karabtchevsky, convidado de honra para o desfecho do II Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. O concerto será neste sábado (6), às 17h, na Praça do Povo do Espaço Cultural, com entrada gratuita. O festival foi uma realização da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com patrocínio do BNDES.

A convite do maestro Laércio Diniz, titular da Sinfônica de João Pessoa e diretor artístico do festival, Karabtchevsky retorna ao Espaço Cultural, onde regeu o seu concerto inaugural, 32 anos atrás, em 1982: “Ele não sabe, mas será convidado a ser patrono da nossa orquestra”, antecipa Laércio. Karabtchevsky está completando 80 anos de idade.

Foi ele que, à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, popularizou os clássicos, nos lendários concertos do Projeto Aquarius. E é exatamente este tipo de programação que o público pode esperar: os clássicos tornados populares de Strauss (a “Valsa do Imperador”), de Villa-Lobos (o Prelúdio da Bachiana 4), de Beethoven (“Leonora”), de Tchaikowsky (a abertura de Romeu e Julieta), e de Tarcísio Burity (“Elegia”).


Com a criação da Orquestra Sinfônica de João Pessoa, a Capital paraibana atingiu um outro status cultural. “É um projeto para mudar um pensamento coletivo”, diz seu maestro titular, Laércio Diniz. “A cidade tem muito do que se orgulhar com ela. E com o segundo festival, consolidamos de vez João Pessoa no circuito internacional”.

Diniz estudou violino e ganhou, em 1987, bolsa de estudos para a Alemanha. Como regente, estreou no exterior comandando a Bachiana Chamber Orchestra em concerto no Carnegie Hall em Nova York, e, um ano depois, regeu o pianista David Brubeck, no Lincoln Center, em Nova York. Também assumiu a regência da orquestra holandesa New Netherlands Orchestra. Em junho de 2012 gravou na Lituânia com a Lithuanian National Symphony Orchestra o CD Saudades do Brasil, com obras de Villa-Lobos, Milhaud e Florent Schmit.

Isaac Karabtchevsky - Em 2009, o jornal inglês The Guardian indicou o maestro Karabtchevsky como um dos ícones vivos do Brasil. A expressão do jornal tem sua razão de ser: desde os anos 70, ele tem desenvolvido uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, atuando por 26 anos como maestro da Sinfônica Brasileira, comandando o projeto mais ousado de comunicação popular da América Latina, o Aquarius, que reuniu durante anos milhares de pessoas ao ar livre e favoreceu, dessa forma, a formação de um público sensível à música de concerto.

Esse período de intensa atividade coincide com sua permanência na Europa, atuando como diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: com a Tonkünstlerorchester de Viena (1988 a 1994), o Teatro La Fenice de Veneza (1995 a 2001) e, finalmente, como diretor da Orchestre National des Pays de la Loire (2004 a 2010). Dentre os teatros e orquestras de prestígio dessa fase estão a Salle Pleyel de Paris, a Concertbowl de Amsterdã, o Musikverein de Viena, o Royal Festival Hall de Londres, a Accademia di Santa Cecilia de Roma, o Teatro Real de Madrid, a Staatsoper de Viena, o Carnegie Hall de Nova York, o Teatro Comunale de Bologna, a Rai de Torino, o Teatro Colón de Buenos Aires, a Deutsche Oper am Rhein de  Düsseldorf, a Orquestra Gurzenich de Colônia, a Orquestra Filarmônica de Tóquio etc.

A partir de 2004, Karabtchevsky assumiu a direção da Orquestra Petrobras Sinfônica, grupo caracterizado por um sistema único de autogestão e que tem lhe proporcionado uma nova etapa na carreira. Nesta fase, predomina sua vasta experiência no repertório sinfônico e também a visão do regente habituado a títulos do porte de Erwartung de Schoenberg, O Navio Fantasma, Tannhäuser eTristão e Isolda de Wagner, Billy Budd de Britten, e inúmeras produções que o levaram a dirigir, na Ópera de Washington, uma notável realização de Boris Godunov, considerada pelo crítico Tim Page, do Washington Post, como a melhor da temporada de 1999-2000. Vem desse período as comendas que recebeu do governo austríaco pelos serviços culturais prestados ao país, a medalha “Chevalier des Arts et des Lettres”, do governo francês, além das que recebeu de praticamente todos os estados brasileiros.

No início de 2011, Karabtchevsky recebeu o convite para dirigir a Sinfônica de Heliópolis, a maior comunidade carente de São Paulo, assumindo paralelamente a direção artística do Instituto Baccarelli. Foi convidado pela Osesp para a gravação integral das sinfonias de Villa-Lobos, com realização entre 2011 e 2016. Este projeto é resultado de um profundo trabalho de reconstituição das partituras e do resgate de uma importante e esquecida vertente da produção do compositor. Foi diretor Musical do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Desde 2000, dirige, na Itália, no Musica Riva Festival, masterclasses para Maestros do mundo inteiro. Na Mostra Internacional de Música de Olinda – Mimo, realiza o mesmo curso com enorme sucesso. Atualmente é também o responsável pela programação artística do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Banda 5 de Agosto faz penúltimo concerto

A 5 de Agosto, banda de música oficial da cidade de João Pessoa, prepara um programa de encher os olhos para este sábado (6), às 14h30, último dia do II Festival Internacional de Música Clássica. A apresentação, gratuita, será na Igreja da Misericórdia, um monumento guardião de 402 anos de história da cidade. O festival é uma promoção da Prefeitura, com patrocínio do BNDES.

Criada em maio de 1964, início dos anos de chumbo no Brasil, pelo prefeito Domingos Mendonça Neto (mas oficializada apenas cinco meses depois), a “bandinha”, como carinhosamente é conhecida pelos veteranos que participaram da sua fundação, nunca perdeu a sua aura oficial, apesar da versatilidade com que executa peças clássicas e românticas de Mozart, Villa-Lobos e Beethoven – e não apenas marchinhas e dobrados como até hoje é conhecida pelo grande público.

A partir de 2005, se vinculou à Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), passando a integrar de forma mais consistente a cena cultural da cidade. O grupo é muito solicitado para eventos de diversas naturezas, a exemplo das procissões nos bairros, festas populares tradicionais, desfiles cívicos, apresentações em escolas e retretas.

Participou de todas as edições da festa da padroeira da cidade e tocou com nomes como o maestro Wagner Tiso, com o qual gravou um DVD, Valmir Vieira, tubista do Sexteto Brassil, Heleno Feitosa (Costinha), JP Sax e o maestro Duda do Recife, considerado um dos melhores arranjadores do século XX. Atualmente, a banda desenvolve um trabalho com compositores e intérpretes do Nordeste divulgando os artistas da terra.

Anna Fedorova e Quinteto de Sopros levam o público ao delírio 

Fortes palmas marcaram a apresentação da pianista ucraniana Anna Fedorova, na tarde desta quinta-feira (4) na igreja São Bento. Antes, podíamos constatar um público atento e que não admitia barulho, nem mesmo em voz baixa. Não menos importante foi a apresentação do Quinteto de Sopros da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP), na 1° Igreja Batista. Ambas as apresentações aconteceram no Centro da Capital.

Centenas de pessoas prestigiaram mais uma tarde do II Festival Internacional de Música Clássica, em João Pessoa. Uma plateia eclética, de várias faixas etárias e classes sociais, esteve reunida em torno da música clássica. O evento é uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com patrocínio do BNDES.

O diretor executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Maurício Burity revelou que a volta de Anna Fedorova à Paraíba foi um pedido da própria artista. “O festival está repedindo o sucesso que foi no ano passado e a presença marcante do público nos deixa muito agraciados. Fedorova é uma artista renomada e premiada que só engrandece o evento. A sua vinda, especificamente, foi um pedido especial dela de tocar novamente no festival, pois ela tem muito carinho pelo público de João Pessoa e expressou o desejo de voltar e não tinha como negarmos”, contou.

A Igreja de São Bento ficou lotada para acompanhar a apresentação de Anna Fedorova, que participa do festival pelo segundo ano consecutivo. A estudante de música, Débora Azevedo, não perdeu nenhum detalhe da apresentação da musicista ucraniana. “Esse festival é muito rico. Estou participando de tudo que ele proporciona, pois acho muito importante essa troca de cultura. Infelizmente, a juventude de hoje não conhece e muitas vezes não sabe dar a real importância que o festival merece”, opinou.

Já administradora Andréa Gomes tirou a tarde para se alimentar de cultura, como ela mesma definiu. “Este é o primeiro ano que participo do festival e estou encantada. No ano passado fiquei muito desejosa de prestigiar, mas não deu. Vejo o evento como algo enriquecedor para a cultura da cidade e acredito que gera desejo nos jovens de aprender algum instrumento. Na verdade, só proporciona benefícios, seja para alma, pra mente, ou mesmo para cultura”, disse.

Do Forró ao Clássico - Já na 1° Igreja Batista aconteceu a apresentação do Quinteto de Sopros da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP). Formado pelos músicos Renan Rezende (flauta), Junielson Nascimento (oboé), Isabel Graziela (clarinete) e Aderaldo Campos (fagote). Do forró arrasta pé ao clássico, os músicos encantaram o público. Assim, foi o encerramento de mais uma tarde cultural do Festival Internacional de Musica Clássica de João Pessoa.

A estudante Raquel França toca violino e levou as amigas a 1° Igreja Batista para prestigiar a apresentação do quinteto. “Isso aqui é muito lindo. É tão pertinho de nós, todos deveriam assistir pelo menos uma apresentação. Hoje eu trouxe duas amigas que não conheciam a música clássica e elas também ficaram encantadas”, revelou.
A engenheira Ysa Luna acredita que deveria ter mais eventos como este na cidade. “Estava faltando eventos culturais desse porte em nossa cidade. Aqui muitas vezes observamos uma supervalorização de ritmos regionais, como o forró. Neste cenário, a música clássica era deixada de lado. Muitos jovens, assim como eu, estão tendo a primeira oportunidade de prestigiar a música erudita. Ou melhor, não só os jovens, o festival atinge todas as faixas etárias”, avalia.  

Juliana Steinbach e Nicholas Schwartz encantam 

O público presente ao II Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa, na noite desta quinta-feira (4), sem dúvida assistiu A um dos momentos mais brilhantes da programação da semana, com o talento da pianista brasileira Juliana Steinbach que protagonizou, ao lado de solistas convidados, um concerto contagiante na Igreja de São Francisco. O festival é uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa, com o patrocínio do BNDS. A entrada é franca.

O grande público que lotou a base central da Igreja de São Francisco mesmo antes das 20h, assistiu com entusiasmo e expectativa a abertura do recital com Juliana Steinbach que executou com suavidade o Trio de Poulenc, para piano, oboé e fagote ao lado dos consagrados solistas Jeroen Soors (Bélgica/oboé) e Hajime Konoe (Japão/fagote).

Atentas a cada gesto dos músicos e aos acordes dos instrumentos, as pessoas presentes não escondiam a emoção e o envolvimento expresso pela beleza do recital mais esperado da noite, apresentando com talento o famoso Quinteto com piano op. 114, de Schubert, mais conhecido como “A Truta”. Ao final, o público aplaudiu de pé e pediu bis com insistência.

O talento de Juliana Steinbach já é conhecido por toda a Europa, Américas do Norte e do Sul, Israel e Ásia, cuja estreia aconteceu em 2002, com a Orquestra Sinfônica de Israel. A brasileira também se apresentou com a Orquestra de Concerto da Rádio de Leipzig, a Sinfônica Mav Budapeste, a Orquestra Jovem de Friburgo, a Sinfônica Lírica de Paris, a Filarmônica de Nice e a Orquestra do Conservatório Laureates de Paris. Em 2005 fez sua primeira turnê na Ásia, com passagens por Seul, Manila, Bangcoc, Hong Kong, Yokohama e Tóquio.

Numa carreira de sucesso, a pianista coleciona vários prêmios a exemplo do Artlivre Concurso Internacional de Piano, em São Paulo (Brasil, 2001), Desempenho Tel-Hai (Israel, 2000 e 2001), na Competição Internacional de Jovens Pianistas, em Meknès (Marrocos, 1996) e na Vittorio Gui (Florença, Itália).

Igreja do Carmo - Um público formado por várias gerações foi prestigiar o concerto da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, às 18h, outro ponto cultural destinado as apresentações do Festival no Centro Histórico. A capela central foi palco do espetáculo que marcará para sempre a mente de quem assistiu o contrabaixista Nicolas Schwartz na interpretação Trio de Romberg para violoncelo principal, viola e contrabaixo op 38 nº 1.

Em seguida foi a vez dos músicos apresentarem o duo de Rossini para violoncelo e contrabaixo, com o cellista holandês Fred Pot e o violista brasileiro Horacio Schaefer.O programa foi completado com a magia do Quarteto de Cordas em ré menor nº 15 k421, dedicado por Mozart a Haydn executado pelas violinistas Emi Resnick (EUA) e Pamela Kubik (Argentina), o violista Avishai Chamedes (Israel) e o violoncelista alemão Benedict Klöckner.

A universitária Sheila Arruda, de Campina Grande, não conseguia esconder a emoção ao final do recital. “Estou quase sem fôlego com tanta beleza. A prefeitura de João Pessoa está de parabéns pela iniciativa”, disse emocionada. A jovem confessa que é muito fã de Schubert .

Socorro Adriano e Leandro Almeida, dos Bancários, estiveram no festival pela primeira vez. “Gostamos da música erudita e viemos prestigiar a nossa conterrânea Juliana. O talento dela foi confirmado, estamos impressionados com sua desenvoltura e com os demais músicos que se apresentaram nesta noite”, disse Socorro.

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